Amor, sexo e o cérebro masculino

Eles que tomem atenção, porque Louann Brizendine, médica psiquiatra do núcleo de Psiquiatria e Neurologia da Universidade da Califórnia, fez uma viagem com paragem em todas as estações. Desejo carnal. Territorialidade. Testosterona. Reacções emocionais. Andropausa. Depressão pós-divórcio. Louann Brizendine sabe do que fala, pois acabou de lançar o seu novo livro, "O Cérebro Masculino", sucessor de "O Cérebro Feminino", também da sua autoria.

Louann concluiu que o cérebro, deles e delas, é parecido. Mas tem muitas diferenças. Vamos então descobrir qual o sexo que fica a ganhar no verdadeiro campeonato da massa cinzenta.

Os homens começam por se destacar pelo apetite sexual. Têm uma tendência inata para a "predação sexual". Numericamente falando, fique a saber que a zona do cérebro masculino que desperta o interesse pelo outro sexo é quase três vezes superior à do cérebro feminino.

Eles são, como bons predadores, muito territoriais. Louann Brizendine concluiu que o núcleo dorsal premamilar está também melhor desenvolvido no cérebro masculino, o que é como dizer que os homens têm mais circuitos de alerta para ameaças de outros homens. Parecem ser também mais atentos do que elas. A provar pelo tamanho da amígdala cerebelar, maior do que a feminina. Isto significa uma superior capacidade de pressentir o perigo.

Ganham na atenção, ficam para trás no percepção. Porquê? Porque, segundo Louann, "o sistema de neurónios espelho é maior e mais activo nas mulheres", o que lhes permite "'sentir' as outras pessoas, através da observação de expressões faciais, da interpretação de tons de voz e de outras manifestações não-verbais".

Para se perceber grande parte das reacções masculinas, há que apontar o dedo à testosterona, analisada e explicada pelas páginas d'"O Cérebro Masculino". Pelos vistos, "se a testosterona fosse cerveja, uma criança de nove anos bebia uma por dia. E um adolescente de quinze já ficava muito mal tratado: quase oito litros!". Conclui a investigadora que "um adolescente produz vinte a vinte e cinco vezes mais testosterona do que um pré-adolescente", acrescentando que "isto faz com que seja impossível ele parar de pensar no corpo feminino, no peito, no rabo, em sexo!".

Sexo e/ou estabilidade?


A partir da questão hormonal, a investigadora chega ao ponto de chamar "transe masculino" à fixação masculina pelo sexo oposto. E justifica: "gostava de poder dizer que os homens conseguem deixar de sair deste transe mas, cientificamente falando, não podem! Eles têm circuitos visuais imparáveis, estão programados para procurar constantemente uma parceira fértil", adianta.

Este tipo de 'mentalidade', "perfeitamente natural", na opinião de Brizendine, leva a que (o cérebro de) eles e elas encare com perspectivas diferentes uma relação entre ambos: "O cérebro feminino é programado para encontrar, antes do sexo, estabilidade e confiança num potencial parceiro. O mesmo não acontece no do homem, bombardeado por estímulos que lhe impelem a acasalar e a acasalar, literalmente"

A pesquisadora remata o capítulo hormonal descansando a comunidade feminina, assegurando que "mais tarde, claro que o homem vai encontrar uma parceira com quem tenha uma relação para o resto da vida".

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