Uma equipa de investigadores internacionais, que integra o português Paulo Gameiro, descobriu como se alimentam as células cancerígenas quando escasseia o oxigénio, abrindo assim novas perspectivas ao tratamento do cancro.
"Esta descoberta revela-se importante para desenvolver terapias contra células cancerígenas que experienciem falta de oxigénio (tal como no interior do tumor) e que ainda assim crescem descontroladamente", explicou o investigador à agência Lusa.
A divulgação da descoberta foi feita na quarta-feira num artigo publicado na revista científica Nature, em resultado de dois anos e meio de investigação com culturas de células, que terá como próximo passo o aprofundamento das pesquisas in vivo, nos próprios tumores.
As células em ambiente de baixo teor de oxigénio (hipóxia) utilizam um aminoácido, a glutamina, como nutriente para poder produzir gordura, fenómeno indispensável para o crescimento celular.
Na investigação, segundo Paulo Gameiro, foi observado que aquele aminoácido, em condições de baixo teor de oxigénio, era consumido através de uma via metabólica, passando a ser o nutriente principal para as células cancerígenas, substituindo a comum glucose (açúcar).
"Um dilema na biologia do cancro, e que motivou este estudo, era o de saber que mecanismos são escolhidos pelas células cancerígenas que lhes permitem responder à falta de nutrientes e continuar a proliferar, mesmo em condições de falta de oxigénio", observou.
Paulo Gameiro, ligado à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, participou neste estudo, nos Estados Unidos da América, no âmbito de uma bolsa de doutoramento financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Publicado quarta-feira na revista Nature, envolveu dois laboratórios em Cambridge/Boston, nos Estados Unidos da América. O laboratório do professor Stephanopoulos, no MIT, e o laboratório do professor Iliopoulos, no Massachusetts General Hospital-Cancer Center, em Boston.
Como se alimentam as células cancerígenas sem oxigénio
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Curiosidades
on quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
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células cancerígenas
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