Com certeza em alguma ocasião você sentiu um cheiro e sentiu-se "transportado" a uma lembrança de algo que aconteceu há muito tempo. Talvez o cheiro de pão quentinho tenha evocado em sua memória com todo luxo de detalhes um café da manhã na casa da vovó, ou o cheiro da terra molhada tenha recordado algum passeio no campo com colegas da escola ou quando morava na roça.
Estas conexões entre o olfato e a memória recebem o nome de "fenômeno de Proust", em homenagem a Marcel Proust, o escritor francês que idealizou as lembranças evocadas por uma bolacha molhada em chá em sua conhecida novela "À recherche du temps perdu".
Agora cientistas holandeses da Universidade de Utrecht tentaram encontrar as raízes deste fenômeno e chegaram à conclusão de que os episódios associados a um cheiro produzem lembranças bem mais vívidas que aquelas associadas a qualquer outro estímulo, incluída a música.
Segundo o estudo publicado na revista Cognition & Emotion, este efeito também é válido para lembranças traumáticas de episódios desagradáveis, que se revivem na memória de maneira mais detalhada e inquietante quando se evocam associados a um cheiro.
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