Pulga d'água tem maior número de genes entre espécies animais

Um estudo divulgado pela revista "Science" nesta quinta-feira (3) revelou o maior genoma entre todas as espécies animais já estudadas no mundo: o crustáceo de água doce pulga d'água (Daphnia pulex), quase microscópico, com 31 mil genes - 8 mil a mais que os humanos.

O crustáceo é o primeiro a ter o seu DNA completamente mapeado. Os responsáveis pela façanha foram os membros de um grupo de cientistas conhecido como Daphnia Genomics Consortium. O projeto conta com a participação do Departamento de Energia norte-americano.

A espécie é estudada há anos pelo papel importante que desempenha em cadeias alimentares aquáticas e pela capacidade de adaptação a estresses nos ambientes em que vive. O invertebrado também chama a atenção por conseguir se reproduzir, em condições extremas, sem a necessidade de um indivíduo macho.

Mais de um terço dos genes do crustáceo não foram documentados em nenhuma outro organismo, sendo completamente novos para a ciência. Entre os invertebrados já sequenciados, é a espécie com mais genes compartilhados com humanos.

O animal está virando modelo para um campo de estudos da ciência conhecido como genômica ambiental, que tem o objetivo de conhecer como genes e o ambiente interagem.

As semelhanças com o genoma humano e a capacidade de adaptação a ambientes extremos torna importante o estudo do DNA da espécie Daphnia pulex, segundo os cientistas. O animal é usado como um "sensor aquático", podendo servir para medir como mudanças no ambiente afetam os seres vivos - inclusive humanos - em níveis molecular e celular.

A aplicação do conhecimento sobre os genes do crustáceo e a relação com o meio ambiente passa desde a manutenção de recursos hídricos até a estudos sobre saúde humana, especialmente para avaliar a extensão do dano de poluentes químicos em águas poluídas às pessoas.

Leão briga com filhote e leva 'bronca' de leoa em fotos de visitante de zoo

Uma fotógrafa capturou imagens do que parece ter sido uma "briga" entre uma família de leões em um zoológico nos Estados Unidos. As fotos, feitas em janeiro, mostram a leoa rugindo ferozmente para seu parceiro, que abaixa a cabeça em aparente humildade depois de 'brigar' com um filhote no Zoológico Nacional de Washington (EUA).



A sequência de fotos, feitas pela visitante Jennifer Lockridge, mostram primeiramente um filhote, batizado de Lusaka pelo zoo, mordendo a cauda de seu pai, o leão Luke, que parecia não se importar com a "brincadeira" do pequeno felino.
Mas depois de cansar de ter a cauda mordida, Luke corre atrás de Lusaka e prende o filhote no chão com as patas. É nesse momento que a fêmea e mãe do filhote se aproxima e dá uma "bronca" no companheiro.

"Regenerador"

Segundo a fotógrafa, que frequenta o zoológico com regularidade, Lusaka está sempre por perto de seu pai ou está provocando seus irmãos.
Fotógrafa nas horas vagas, Lockridge conta que tem dois gatos, mas adora todo o tipo de animal.
"Passo a maior parte do meu tempo livre fotografando animais em zoológicos ou em reservas naturais. Também planejo minhas férias em locais onde posso tirar boas fotos", disse ela à BBC Brasil.
Para ela, estar na presença de animais é algo "calmo e regenerador". "Tento ir a um zoológico ou em uma reserva sempre que possível. É algo que faz bem para alma."

Como os chimpanzés reagem ante a morte?

Estudando o comportamento das chimpanzés fêmeas que perderam a sua cria, cientistas do Instituto Max Planck de Psicolinguística chegaram à conclusão de que nossos parentes símios mais próximos têm sua própria concepção da morte.

A comunidade científica reconhece há algum tempo que as mães de chimpanzé conservam durante longo tempo um contato estreito com suas crias, a quem transportam ao redor de dois anos e cuidam até que completam entre quatro e seis anos. Esta relação é uma das mais importantes na vida dos chimpanzés.



A Dra. Katherine Cronin e sua equipe realizaram seu estudo na Chimfunshi Wildlife Orphanage Trust (Zâmbia), um centro onde acolhem chimpanzés nascidos em liberdade e resgatados do tráfico ilegal.

Segundo descrevem os pesquisadores no último número da revista American Journal of Primatology, observando o comportamento de uma chimpanzé fêmea que acabara de perder o seu filhote de 16 meses comprovaram que, depois de falecer, a mãe seguiu carregando o corpo da cria morta durante mais de 24 horas e depois colocou-o no solo em uma clareira do bosque. Aproximou-se do corpo muitas vezes, observou-o, e posou seus dedos sobre a cara e o pescoço do filhote durante vários segundos. Após permanecer junto ao corpo durante quase uma hora, levou-o até um grupo de chimpanzés que começou a examiná-lo. No dia seguinte a mãe deixou de carregar o corpo da cria.

Os pesquisadores consideram que demonstraram a existência de um período de transição durante o qual a mãe adverte que sua criança morreu, assim como se estivesse de luto.

- "Os vídeos que realizamos possuem um valor extraordinário porque convidam a se deter e reflexionar sobre o que poderia estar passando pelas mentes de outros primatas ante a morte de um ser querido. Confiamos que algum dia a compilação de documentos objetivos permitam aos pesquisadores estudar de forma exaustiva o conceito da morte para os primatas e sua resposta ante a mesma", afirma Cronin.