É verdade que só usamos 30% de nossa capacidade cerebral?

Não! Isso não passa de um mito. Segundo Jackson Cioni Bittencourt, neuroanatomista do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, o engano surgiu a partir de experimentos realizados entre 1930 e 1950, durante neurocirurgias. Foi quando pesquisadores aproveitaram operações sem necessidade de anestesia geral, em que o paciente permanecia consciente, para estimular com eletrodos certas áreas do cérebro. "Esses estímulos faziam as pessoas mexer partes do corpo, sentir cheiros e ver coisas", diz Jackson. "Aí, passaram a associar certas áreas do cérebro a funções específicas."

O erro estava em achar que essas áreas agiam sozinhas, quando, na verdade, o cérebro funciona em conjunto. "A diferença é que, durante certas atividades, algumas regiões consomem mais glicose e oxigênio, dando a impressão de estarem trabalhando sozinhas", afirma Vanderlei Cerqueira de Lima, neurocirurgião do Hospital Albert Einstein. "Hoje, conhecemos melhor o cérebro humano e podemos dizer que, até mesmo quando dormimos, ele funciona por inteiro, tanto biologicamente - cuidando da homeostasia, que é o equilíbrio do corpo - quanto cognitivamente; ou seja: sonhando".

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