Por que as mulheres gostam de bad boys

Alguns homens manifestam certa mágoa por causa da suposta predileção das mulheres pelos bad boys. Eles simplesmente não entendem por que elas morrem de amor por homens orgulhosos, arrogantes e até rudes.

A má notícia – pelo menos para os nice guys – é que a ciência comprova e explica essa predileção. Uma pesquisa recente feita pela Universidade da Columbia Britânica mostrou que as mulheres de fato acham os homens com expressão arrogante mais atraentes no sentido sexual do que os simpáticos e sorridentes. E mais: os pesquisadores descobriram que homens e mulheres têm preferências bem diferentes no que diz respeito a expressões faciais.


Algumas das fotos usadas no estudo. Qual delas você acha mais atraente?

O estudo pediu para que mais de mil voluntários analisassem e dessem uma nota baseada na atratividade sexual de fotos de pessoas do sexo oposto que manifestavam felicidade (com um sorriso largo), orgulho (braços e cabeça erguidos, peito estufado, expressão pretensiosa) e vergonha (cabeça baixa, evitando contato visual).

Surpreendentemente, o estudo descobriu que homens sorridentes e felizes eram os menos atraentes para as mulheres – elas preferiam os que pareciam orgulhosos ou envergonhados. Em contraste com isso, os homens eram mais atraídos sexualmente a mulheres sorridentes e curtiram menos aquelas que pareciam orgulhosas e confiantes.

Rudeza e arrogância dão impressão de maior poder




Estudos sugerem que os critérios que determinam o que as pessoas consideram atraente têm sido moldados por forças evolutivas e histórico-culturais ao longo dos séculos, mesmo que pareçam antiquados para nós hoje. As teorias evolucionistas, por exemplo, sugerem que fêmeas são atraídas a machos que parecem orgulhosos e arrogantes porque isso dá a impressão de poder, status, competência e capacidade de cuidar da família. Os pesquisadores acrescentam que a expressão de orgulho, como a da foto apresentada aos voluntários, também acentua características físicas tipicamente masculinas que estão entre as mais atraentes para as mulheres, como os músculos e o tamanho da parte superior do corpo. Em compensação, esse tipo de expressão pode ter deixado as mulheres menos atraentes por causa dessas associações.

Isso tem a ver com um estudo da Universidade de Amsterdam, publicado no periódico Social Psychological and Personality Science, segundo o qual pessoas folgadas e rudes são vistas como poderosas. Cerca de 120 pessoas assistiram a dois vídeos: em um deles, um homem em um café agia com cortesia; em outro, ele esticava as pernas para cima de uma cadeira ao seu lado, atirava as cinzas de seu cigarro em todo lugar e gritava ordens aos garçons. Perguntaram aos voluntários quem achavam que era um tomador de decisões – ou seja, um homem com poder e responsabilidades. A maioria deles achou que o mais poderoso era o homem rude.

Sorriso, sinal de submissão?




Já o sorriso é apontado por outras pesquisas como estando associado à submissão, o que tem a ver com o antigo ideal da mulher como submissa e vulnerável – e entra em conflito com a ideia de que o homem deve ser forte e sério. Daí o motivo de os homens se atraírem mais por uma expressão sorridente do que as mulheres.


E a expressão de vergonha, por que é atraente? Segundo os autores do estudo, esse tipo de expressão está relacionado com a consciência das normas sociais e um comportamento de apaziguamento, o que provoca confiança nos outros. E a maioria das pessoas quer um parceiro em quem possa confiar.

Os pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica acharam importante dizer que só pediram aos voluntários para que opinassem sobre a atração sexual imediata que aquelas expressões faciais lhes provocavam. Ou seja, não estava em jogo se a pessoa da foto seria um bom namorado ou namorada. Para relacionamentos duradouros, estudos anteriores já provaram aquilo que sabemos bem: o mais importante é uma personalidade agradável.

A pesquisa é sobre atração sexual entre homens e mulheres heterossexuais da América do Norte e não se aplicam necessariamente a homossexuais e culturas não-ocidentais. Então, ainda tem campo para explorar aí.

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